Essa é a Serra Fina. Mas creia, é muito pouco perto do que foi a Serra Fina. É pouco porque eu mesma não sei o quanto ela realmente é grandiosa. É uma trilha no meio das montanhas. Eu não morri de dor, mas também só a aconselho para amigos que sejam apaixonados por montanhas e estejam devidamente preparados para algo grande. A minha pergunta hoje é: o que foi a Serra fina? Minha história com a Serra Fina foi assim: A primeira noite eu me perguntava “que raios estou fazendo aqui??”. Sério, eu poderia muito bem ter ido passar o feriado frio em Campos do Jordão junto com metade de São Paulo. Mas não! Eu estava lá, com mais 13 insanos, dormindo no chão, carregando a própria comida nas costas, enquanto o forro das barracas era congelado pelo ar da noite. No segundo dia eu já estava superpreparada. Tudo o que eu pensava era: “eu não quero sair daqui!” Silencio, pôr do sol, vento de montanha, horizonte colorido em tons de verde... Não há monumento que me encante mais que a imponência de uma montanha e seus vales intocados. A terceira noite veio para coroar a experiencia. Na minha cabeça eu só pensava: “cansei dessa merda. Eu quero mesmo é tomar banho e um colchão de verdade!” Sério, 4 dias caminhando longas jornadas, de mochila nas cotas, bolhas nos pés, sem banho, carregando a própria sujeita é tão ruim quanto parece. Mas ela acabou. Eu to sentada na frente de um computador agora, com o cabelo cheio de cachos graciosos, a pele limpa e uma fina camada de rímel sobre os olhos. Se não me conhecesse eu não imaginaria que ontem estava cheirando a gamba em decomposição. O que a Serra Fina fez comigo foi me colocar de encontro com as muitas Gis que existem. A dona da voz de mocinha da sessão da tarde. A garota que entra em pânico diante do medo de altura, mas olha para o medo, manda ele se ferrar e sobe a droga da pedra.